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sábado, 17 de setembro de 2011

O que acontece com as meninas?

Qua, 03/03/2010 - 05h00 - Mãe e Filhos postar comentário
O que acontece com as meninas

Aquilo que era brincadeirinha inocente virou, de repente, realidade. Primeiro as menininhas apenas usavam a maquiagem de mãe para pintar as bonecas e os sapatos de salto para se divertir nas alturas.

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Agora, saem de casa mais pintadas do que as próprias mães, com sapatos mais altos e atitude que dá medo.

Se há algumas décadas elas brincavam de casinha, hoje se preocupam, com 10, 11 anos, com que roupa vão vestir na festinha do final de semana. Essa mudança de comportamento coincide com a liberdade que as mães dessas meninas conquistaram. De herança, elas já deram o poder às filhas. E, imitando as mães, essas meninas podem pular fases importantes.

"É perfeitamente normal imitar adultos. Faz parte da infância e permite identificações com o mundo adulto, com figuras femininas, o que colaborará para o desenvolvimento da feminilidade, das relações afetivas, relações sociais, e ainda, colaborará para assumir alguns papéis exclusivos femininos, como ser mãe", diz a psicóloga Denise Diniz, de São Paulo. "O problema é que, sem perceber, mães, madrinhas, tias e professoras acabam por transmitir valores e metas a serem alcançadas, as quais atualmente não pertenciam a essa menina, mas acabam colaborando para aquisição desses valores e reações comportamentais", afirma Denise.

Além disso, há o ônus do trabalho fora de casa. Com menos atenção dos pais - principalmente da mãe, que ganhou espaço e emprego - são influenciadas pela grande mídia e pela Internet com extrema facilidade. "Devido à intensa divulgação de cosméticos, produtos de beleza femininos e outros artigos que valorizam a imagem corporal, elas passam a consumir excessivamente, através de identificação com as modelos, onde se projetam como mulheres".

Para tentar entender esse novo mundo rosa, a professora inglesa Maggie Hamilton mergulhou no assunto por dois anos e como resultado escreveu "O que está acontecendo com as nossas garotas?", lançado aqui no Brasil pela editora Novo Conceito.

Maggie conversou com adolescentes, especialistas em educação infantil, professores, psicólogos e outros profissionais para tentar entender - e quem sabe ajudar as jovens nessa caminhada. Como conclusão, a autora acredita que superexposição das meninas é grande responsável pelo comportamento.

Já bebês, usam acessórios. Na adolescência, tem como obrigação estar impecáveis. "Existe importância de valorizarem sua imagem corporal, desenvolverem sua feminilidade, ampliarem seus relacionamentos sociais. Entretanto, é importante que essas meninas se conscientizem e sejam orientadas para aproveitarem cada fase da vida e gradativamente irem se aproveitando de recursos externos", indica Denize sobre o assunto.

O problema é que, sem orientação ou os pais em casa, as garotas ficam vulneráveis. Buscam na rua o que não têm em casa e ficam suscetíveis a uma vida adulta precoce, com direito a consumismo, bebidas, gravidez, distúrbio alimentar e até depressão.

Aí essas meninas se veem num mundo desencontrado. Sonham com o pesadelo dos pais e o desentendimento gera faísca na certa. Com tensão nas duas pontas, os pais precisam dar força sem pressionar.

Para Denize, a valorização de recursos externos para se sentirem "mulheres" adultas - bonitas e desejáveis -, faz com que percam a beleza de cada fase da vida. "Isso pode ocasionar a perda da importância de valorização de sua essência. E pior, causar inseguranças pessoais com consequências emocionais mais tarde".

O que acontece com as meninas

A dica dela, que trabalha como terapeuta, é priorizar uma liberdade de consumo orientada. "Os pais devem acompanhar as expectativas dos filhos e as reações frente às fontes de influência oferecidas no mercado da beleza, por exemplo". Segundo Denize, é dos pais a função de colocar limites e não permitir exageros. "Dizer ‘não’ envolve sempre ser firme e responsável pela integridade (física, psíquica e social) da criança e, acima de tudo, dar limites através de diálogos que sejam embasados no afeto".

Por Sabrina Passos (MBPress)

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